@fgv.br
Escola de Administração de Empresas
Fundação Getulio Vargas
Public Administration, Safety Research, Sociology and Political Science, Urban Studies
Scopus Publications
Scholar Citations
Scholar h-index
Scholar i10-index
Alan Fernandes
Revista Brasileira de Seguranca Publica
Este trabalho discute a correlação entre o policiamento comunitário e o uso da força pelas polícias militares no Brasil. Estratégias policiais voltadas à aproximação comunitária têm sido uma fórmula acionada em todo o mundo, desde as décadas de 70, e no Brasil, desde o início dos anos 80. Tais políticas foram motivadas por uma promessa de ganhos quanto à prevenção ao crime, aumento da confiança no trabalho policial, responsividade dos gestores policiais em relação à sociedade, transparência e mudança de modelos repressivos de enfrentamento ao crime para formas mais preventivas e construídas coletivamente. Tem, portanto, ao menos como pressuposto, que seu aprofundamento promoveria menores níveis de emprego da força pelos órgãos policiais. Contudo, a se julgar pelos mais de 20 anos das iniciais experiências no Brasil e pela permanência de altos níveis de letalidade policial, vislumbra-se determinados limites dessa política pública. Com base nos registros das ocorrências atendidas pela Polícia Militar do estado de São Paulo, a pesquisa recorreu a modelos quantitativos para analisar se, no período de maior impacto da implantação do policiamento comunitário naquele estado (2004), eventuais reduções do uso da força se fizeram presentes nas unidades policiais (Companhias de Policiamento) abrangidas pelo projeto de implantação do modelo japonês Koban. Os resultados apontam que o policiamento comunitário pode impactar as práticas violentas da polícia militar a depender de outras variáveis implícitas a essa política pública, que, por vezes, são negligenciadas em prol do formalismo e da manutenção de lógicas institucionais.
Rafael Alcadipani, Sandro Cabral, Alan Fernandes, and Gabriela Lotta
Informa UK Limited
Abstract The COVID-19 poses unprecedented challenges for Street Level Bureaucrats (SLB). Whereas there are discussions about the pandemic impacts on health care workers, less is known about how it affects police officer’s responses. Drawing upon an inductive qualitative research that follows the ethnographic sensibility inspired approach on a major Brazilian police force, we argue that conflicts concerning political, occupational culture, and material dimensions can negatively affect police officers’ responses in financially and institutionally constrained settings. By unveiling how the identified conflicts can jeopardize the efforts to prevent the spread of COVID-19 and suggesting that the usual discretion of street-level bureaucrats can be both a blessing and a curse, our work informs existing SLB literature and sheds light on practical issues that police officers in constrained settings face when dealing with the pandemic.
Gustavo Matarazzo, Alan Fernandes, and Rafael Alcadipani
FapUNIFESP (SciELO)
Resumo O enfrentamento da pandemia da COVID-19 desponta como um dos maiores desafios recentes impostos à humanidade. Dentre as instituições públicas especialmente acionadas, as polícias estão posicionadas na linha de frente. A partir de suas características organizacionais e profissionais, discute-se estratégias de enfrentamento à pandemia por meio do desenvolvimento de novas habilidades organizacionais que propiciem alterar suas lógicas de funcionamento de “guerra contra o crime” para ações humanitárias. Assim, aponta-se a necessidade de coordenação sistêmica dos órgãos policiais, tanto entre em si, como no conjunto das demais medidas de enfrentamento. Nesses termos, a partir da análise de experiências diversas, propõe-se a formação de uma articulação interorganizacional fundamentada na criação de elementos linguísticos e materiais, com o compartilhamento de mapas estratégicos e planos informacionais. Para tanto, conclui-se que a revisão de protocolos de atuação das polícias em emergências de saúde pública, a incluir o Plano de Resposta em Emergências em Saúde Pública, do Ministério da Saúde, tem a capacidade de prover avanços nessa questão.